Diabetes Mellitus Gestacional
- Juliana Romano
- 21 de set. de 2017
- 4 min de leitura

Diabetes Mellitus Gestacional, que iremos chamar de carinhosamente de DMG, é quando ocorre no organismo materno a intolerância aos carboidratos, que foi diagnosticado pela primeira vez durante a gestação e que pode ou não desaparecer após o parto. Sua prevalência de ocorrência durante a gestação equivale a aproximadamente 3% a 25%, dependendo do grupo étnico da população. O DMG independentemente de seu grau de intolerância à glicose, deve ser rapidamente diagnosticada, pois é a causa de morbidades para mãe e bebê durante e após a gestação. Mulheres que apresentaram DMG têm maiores riscos de desenvolver Diabetes de Mellitus tipo 2 no futuro.

Fisiopatologia
A própria gestação se caracteriza por um estado de resistência à insulina. Essa condição associada à intensa mudança nos mecanismos de controle da glicemia, em função do consumo de glicose pelo embrião e feto, pode acarretar e intensificar para ocorrência de alterações glicêmicas favorecendo a ocorrência de DMG. Alguns hormônios produzidos pela placenta e outros aumentados pela gestação, tais como lactogênio placentário, cortisol e prolactina, podem gerar a redução da atuação da insulina em seus receptores e, consequentemente, um aumento da produção de insulina nas gestantes saudáveis. Esse mecanismo, entretanto, pode não ser verificado em gestantes que já estejam com sua capacidade de produção de insulina no limite. Essas mulheres têm insuficiente aumento de produção de insulina e, assim, podem desenvolver diabetes durante a gestação. (Brasília, 2017)


Rastreamento e Diagnostico

Para realizarmos a detecção da DMG, é necessário realizar o exame de glicemia de jejum. Ele deve ser colhido em um laboratório, através da coleta do sangue.
Até o momento não existe consenso na literatura sobre a indicação do rastreamento e sobre o método diagnóstico do DMG. Porém é indicado pela Ministério da Saúde, que logo na primeira consulta de pré-natal deve-se solicitar o teste de glicemia em jejum em todas as gestantes sem diagnóstico prévio de diabetes. Com o resultado do exame o profissional avalia a conduta.
A partir do achado, entende-se que quando resultado for menor do que 92mg/dL, a gestante deve-se reavaliar a gestante novamente no segundo trimestre gestacional. Quando o resultado for maior ou igual a 126 mg/dL, é feito o diagnóstico de diabetes mellitus pré-gestacional. Caso o resultado apresentado seja maior ou igual a 92 e menor do que 126 md/dL, é realizado o diagnóstico de DMG. Em ambos os casos deve ser realizado um novo exame de glicemia em jejum, para confirmar o diagnóstico.
Entre a 24ª e 28ª semana gestacional deve-se realizar TOTG (Teste Oral de Tolerância a Glicose), com dieta sem restrição de carboidratos ou com, no mínimo, ingestão de 150 g de carboidratos nos três dias anteriores ao teste, com jejum de oito horas. Os resultados do TOTG ainda dividem opiniões, pois existem parâmetros diferenciados que podem ser utilizados.

Tratamento
Atuais evidencias apontam que ao tratar uma gestante com DMG, há grandes chances de diminuir a ocorrência de problemas adversos durante a gestação.
Inicia-se o tratamento através de orientação alimentar saudável e balanceada, que irá permitir o ganho de peso adequado e controle metabólico. O cálculo do valor calórico de uma dieta adequada, pode ser realizado a partir do IMC (índice de massa corpórea) tem como objetivo permitir o ganho de peso de 300 a 400 gramas por semana, a partir do segundo trimestre gestacional. O valor calórico total deve ser de 40 a 45% de carboidratos, 15% a 20% de proteínas e 30 a 40% de gorduras. Pode-se utilizar adoçante artificial como aspartame, sacarina, acessulfma-K e sucralose, desde que seja utilizado com moderação.
A prática de atividade física, deve fazer parte do tratamento do DMG, respeitando-se as contraindicações obstétricas.
Procure informações sobre grupos para gestantes que fale sobre o tema alimentação saudável e/ou incentivo a prática de exercícios físicos durante a gestação, pois desta forma você poderá apresentar resultados positivos. Se após duas semanas de dieta e prática de atividade física os níveis glicêmicos permanecerem o mesmo, deve-se juntamente com seu profissional de saúde iniciar o tratamento farmacológico.
Parto e Pós-Parto
As gestantes com bom controle metabólico e que não apresentam antecedentes obstétricos de morte perinatal, macrossomia ou complicações associadas, como hipertensão, podem aguardar a evolução espontânea para o parto até o termo. Não se indica cesariana pelo DMG, sendo a via de parto uma decisão obstétrica.
Já no pós-parto, logo no primeiro dia após o parto, os níveis de glicemia devem ser analisados. Deve-se permanecer com uma alimentação saudável. Normalmente os níveis glicêmicos retornam ao normal, logo nos primeiros dias do puerpério.
Outro ponto importante de ser citado, é que o aleitamento exclusivo por um período maior do que 3 meses, está relacionado com a redução dos riscos de desenvolvimento de diabetes tipo 2 após a gestação.
Qualquer dúvida estamos a disposição. Entre em contato através dos comentários, ou clicando aqui e nos enviando uma mensagem privada. Big beijos, fiquem com Deus e até a próxima!
Carinhosamente,
Juliana Romano!
Referencias Consultadas:
Diabetes mellitus gestacional: diagnóstico,tratamento e acompanhamento pós-gestação - Clique Aqui!
Rastreamento e Diagnóstico de Diabetes Mellitus Gestacional no Brasil - Clique Aqui!
Diabetes Mellitus Tipo I. Tipo II e Gestacional: Uma Revisão da Literatura - Clique Aqui!
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