Puerpério – O que esperar ?
- Juliana Romano
- 31 de ago. de 2017
- 5 min de leitura
Hoje iremos conversar sobre o puerpério, o período do pós-parto que se inicia após a saída da placenta, e não tem seu fim com período definido, podendo ser descrito com duração de 6 a 8 semanas após o parto. É momento em que ocorrem modificações locais e sistêmicas para permitir que o corpo da mulher retorne a seu corpo anterior, corpo não gravídico.
No período do puerpério, o corpo passa por diversas transformações hormonais, então entende-se que é comum a mulher sentir-se extremamente insegura, cansada e melancólica (podendo chegar a desenvolver a famosa Depressão Pós-Parto, quer conhecer mais sobre o assunto, clique aqui).
O puerpério pode ser dividido em 4 partes:
Puerpério Imediato: duração de 2 a 4 horas após o parto
Puerpério mediato: duração 1º ao 10º dia do pós-parto
Puerpério Tardio: duração 11º ao 42º dia do pós-parto
Puerpério Remoto: a partir do 43º dia do pós-parto
Puerpério Imediato: neste período a mulher permanece em constante observação sobre sua recuperação inicial, com constante verificação dos sinais vitais (Pressão Arterial, Pulso, Temperatura) e a perda sanguínea.
Puerpério Mediato: nesta fase o útero retorna ao tamanho normal, e inicia-se a saída da loquiação.
Puerpério Tardio: é o período de maior recuperação da mulher após o parto, quando começa a se acostumar aos poucos com as mudanças. Ainda há necessidades de cuidados.
Puerpério Remoto: é o momento da retomada da menstruação procedida pela ovulação. Porem essa retomada depende se a mulher está amamentando ou não seu bebê. Nas mulheres que não estão amamentando, esse retorno ocorre em 45 dias, já nas lactantes (mulheres que amamentam), esse retorno pode demorar de 8 a 12 meses.
Mas o que se passa no seu corpo durante Puerpério?
Involução Uterina:
Logo após a saída da placenta, é comum a mulher ainda sentir a presença de contrações, isso se deve ao processo de involução uterina, ou seja, o útero retornando a seu tamanho pré-gravídico para retornar a seu local de origem. Logo após o parto, o útero apresenta aproximadamente 11 vezes mais que seu peso não-gravídico, ele irá involuir para 500 gramas na primeira semana do puerpério, para 350 gramas após duas semanas, já após 6 semanas ele apresenta o peso entre 60 a 80 gramas.
Cólicas Abdominais:
Durante o período de regresso uterino ao seu estado normal, é comum a mulher sentir uma dor parecida com cólica na parte inferior da barriga, no momento em que a mulher está amamentando. Isso ocorre devido ao reflexo de sucção do bebê, que irá estimular a produção de ocitocina, hormônio que desencadeia as contrações uterinas.
Loquiação:
Lóquios é o nome dado a perda sanguínea proveniente do útero no pós-parto. Inicialmente ele apresenta um aspecto vermelho-vivo (Lochia Rubra), e pode conter pequenos coágulos. Nas duas primeiras horas do puerpério, a quantidade de perda sanguínea, deve ser aproximadamente igual a um período menstrual intenso. Logo após isso, a loquiação vai reduzindo aos poucos. Em média duram de 4 a 8 semanas após o parto.
A Lochia Rubra é composta de sangue e coágulos. Tem a duração em média de 2 a 3 dias.
A Lochia Fusca é composta de sangue, leucócitos e tecidos antigos. Apresenta duração de em média 20 dias, podendo variar de mulher para mulher.
A Lochia Alba é composta de leucócitos e células deciduais, mas também pode conter células epiteliais, muco, soro e bactérias. Tem duração em média de 10 dias, porem se esse período durar mais, é normal, pois varia de mulher para mulher.
Incontinência Urinária:
Durante o puerpério pode ocorrer a perda do controle urinário, e a mulher sentir uma súbita e incontrolável vontade de urinar. A perda involuntária de urina é algo que ocorre de forma transitória, e tudo voltará ao normal ao decorrer do período de puerpério.
Funcionamento do Intestino:
Em média após duas semanas do parto, o intestino voltará a funcionar normalmente. Se ocasionar de ocorrer dor perineal ou hemorroidas é natural surgir medo de forçar os músculos quando frequentar o banheiro. Se isso persistir, procure ajuda profissional, e realiza uma dieta rica em líquidos e alimentos ricos em fibras.
Região Pélvica e Perineal:
Durante o parto pode ocorrer a presença de lacerações perineais ou do canal vaginal, normalmente é realizado uma sutura para correção da laceração. É normal sentir dores e desconforto nesta zona. Com isso é de extrema importância a vigilância desta região. Sempre que frequentar o banheiro, lembre-se de lavar a região com agua e sabão e mantê-la seca. Para alivio da dor, pode-se aplicar compressas frias por alguns minutos ao longo do dia.
Hemorroidas:
As hemorroidas são varizes que podem surgir ao redor do canal anal interna ou externamente, normalmente surgem durante a gestação. Seu desaparecimento ocorre normalmente após o parto. Porem em casos de não desaparecer e serem doloridas ou sangrar, deve-se procurar ajuda profissional. Para alivio da dor, pode-se realizar compressas frias ao longo do dia. Para sentar-se utilize uma almofada em formato de boia.
Em caso de cesariana:
Se o nascimento de seu bebê ocorreu através de uma cesariana, você deverá prestar bastante atenção no local do corte abdominal. A sutura em sua pele, normalmente leva em média 1 semana para cicatriz. Para favorecer a cicatrização e aliviar o desconforto, é necessário ter bastante cuidado com sua higiene pessoal (lavando com agua e sabão), evitar esforços, manter repouso e ingerir bastante líquidos.
Vida sexual:
A retomada das atividades sexuais após o parto, costuma se dar a partir do primeiro mês após o parto. Lembre-se devido à grande alteração hormonal no organismo materno, é provável que a libido possa estar baixa, para isso deve-se ter paciência a criatividade para a retomada da vida sexual. Outro ponto importante sobre a retomada das atividades sexuais, é a questão da contracepção, para evitar-se uma nova gestação que pode por muitas vezes colocar a saúde da mulher e do novo bebê em risco ou até mesmo causar a morte. Procurar o Planejamento Familiar, é uma forma que você pode usar para buscar informações sobre métodos contraceptivos que podem ser utilizados por puérperas durante o processo de amamentação.
Alguns dos métodos que podem ser oferecidos as puérperas:
✓ Anticoncepcional Injetável
✓ Mini- pílula (somente de progesterona)
✓ DIU (dispositivo intrauterino)
✓ Preservativo Masculino e Feminino
✓ Ligadura Uterina
✓ Esterilização Masculina
É de extrema importância que durante o período de puerpério a mulher mantenha contato com o profissional ou instituição onde pariu. Pois desta forma haverá o acompanhamento da saúde da mãe e do bebê, para poder verificar a conformidade da evolução da saúde de ambos. Lembre-se sempre de aproveitar estas consultas para retirar todas as dúvidas referente a seu puerpério e cuidados com o bebê.
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Com Carinho,
Juliana Romano!
Referencia Consultadas:
Parto, Aborto e Puerpério. Assistência Humanizada a Mulher - Clique Aqui
Necessidades de mulheres no puerpério imediato em uma maternidade pública de Salvador, Bahia, Brasil. - Clique Aqui
O CUIDADO HUMANO DIANTE DA TRANSIÇÃO AO PAPEL MATERNO: VIVÊNCIAS NO PUERPÉRIO. - Clique Aqui
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